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Não tem como falar da Bahia e não citar a igreja de ouro Salvador. Você já imaginou pisar em um lugar e sequer conseguir contabilizar a quantidade de “ouro” que tem lá dentro? Impossível, não?
Além de ser um marco religioso, a catedral de São Francisco oferece aos visitantes uma imersão na história de Salvador e da ordem franciscana, o que a torna uma parada obrigatória para quem deseja conhecer melhor a cidade.
Pensando em mostrar um pouquinho disso tudo para você, listamos as principais características da Igreja e Convento de São Francisco. Confira a seguir!
A igreja de ouro, também conhecida como Igreja e Convento de São Francisco, fica localizada em Salvador e é um dos maiores exemplos do estilo barroco no Brasil, com uma rica e exuberante decoração que a torna um marco histórico e artístico. É de fato impressionante!
A planta da igreja se distingue por ter três naves, o que é incomum para as edificações franciscanas no Nordeste brasileiro, já que o padrão usual é uma nave única. Sua fachada, voltada para um largo e um cruzeiro, apresenta influência maneirista, com duas torres laterais simples e um volume central decorado, especialmente no frontão.
O interior da igreja é um espetáculo de arte, com todas as superfícies (paredes, colunas, teto, capelas) revestidas de intrincados entalhes e douraduras. A decoração inclui florões, frisos, arcos, volutas, além de várias figuras de anjos e pássaros, com detalhes incríveis em painéis de azulejos portugueses, que ilustram cenas e inscrições moralistas.
O teto da igreja é adornado com pinturas de Frei Jerônimo da Graça, feitas entre 1733 e 1737, e a portaria lateral do convento, que dá acesso à construção, apresenta uma pintura ilusionista no teto atribuída a José Joaquim da Rocha, datada na segunda metade do século XVIII.
O convento, construído em torno de um claustro quadrado, é formado por um subsolo e dois pavimentos acima do nível da rua. Sua decoração inclui ricos painéis de azulejos, sendo alguns deles criados por Bartolomeu Antunes de Jesus em 1737, em Lisboa.
Essas características fazem da igreja de ouro Salvador uma das mais significativas expressões do barroco no Brasil.
A história da igreja de ouro Salvador está intimamente ligada à chegada dos primeiros discípulos de São Francisco de Assis à cidade em 1587, ano em que provavelmente foi fundado o primeiro convento franciscano.
Inicialmente, o convento e a igreja não tinham grandes dimensões, mas a construção foi severamente afetada pela invasão holandesa de 1624, quando tanto a igreja quanto as dependências dos frades foram destruídas, o que exigiu uma grande reconstrução.
Nos anos seguintes, com o crescimento da ordem franciscana, foi decidida uma ampliação significativa do convento e da igreja.
Em 1686, o superior franciscano Frei Vicente das Chagas iniciou os trabalhos de construção de um novo complexo, com dimensões muito maiores do que as anteriores. A pedra fundamental da nova igreja foi colocada na festa de Santo Antônio do mesmo ano.
As obras se prolongaram por muitas décadas, atravessando várias gerações de frades. Em 1713, sob a direção de Frei Hilário da Visitação, a igreja já estava com altares (ainda sem ouro) e foi consagrada. Contudo, a estrutura completa da igreja só foi finalizada dez anos depois, quando a fachada, inteiramente revestida de pedra, foi concluída.
Ao longo do século XVIII, a igreja passou por vários acréscimos e aprimoramentos. Novos altares foram criados, os já existentes foram revestidos de ouro e a decoração do interior foi enriquecida com pinturas no teto, revestimento de paredes com azulejos portugueses de Lisboa e a colocação de balaustradas.
Esse processo de embelezamento transformou a igreja em um dos maiores exemplares do estilo barroco no Brasil, sendo o dourado em sua decoração uma das características que lhe conferiram o nome “Igreja de Ouro”.
A entrada na Igreja e Convento de São Francisco em Salvador tem os seguintes valores:
Para aproveitar ao máximo o passeio, evite os horários de missa (terças-feiras às 7h, 8h, 16h e 18h, sábados às 7h30 e domingos às 8h), pois durante esses horários a entrada é gratuita, mas não é permitida a circulação pela capela nem a visita ao claustro.
Vale ressaltar que apenas são permitidas fotos sem flash. O melhor ângulo para capturar a quantidade de ouro na decoração é a partir do altar-mor.
O ideal é reservar pelo menos 30 minutos para aproveitar a beleza do lugar. Para quem tem interesse profundo em arte e história, a visita pode durar um dia inteiro.
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